Ao longo da obra, no decurso da acção, afloram-se situações confrangedoras que são, diria, intemporais. No caso concreto, é a impiedade das doenças do foro psiquiátrico que não escolhem os seus alvos; a crueldade, tão frequente e feroz, da discriminação racial; a fragilidade dos idosos padecendo de doenças irreversíveis; o falhanço dos casamentos mantidos de aparências por conveniência ou absoluta precariedade de meios de uma das partes; e, por fim, a fúria horripilante do terrorismo. Para suavizar este quadro, há pessoas generosas e sensíveis, e há risadas cristalinas de crianças. Uma destas, que sobressai, é um rapazinho iluminado, de extrema delicadeza de sentimentos e de uma penetração de espírito invulgar. Ele está no palco, na boca-de-cena, com uma dúvida inquietante, no momento em que o pano desce … e o romance termina.